Por: Lala Evan
Nos últimos anos, o discurso da excelência profissional ganhou novos contornos. Ser “extraordinário” tornou-se quase uma exigência no mercado — um mantra que impulsiona muitas pessoas a buscar atualização constante, produtividade máxima e domínio das novas tecnologias.
Mas há um ponto de atenção: quando a excelência é associada apenas à inovação tecnológica e à inteligência artificial, corremos o risco de criar um novo tipo de viés — o etário.
Essa narrativa reforça, ainda que de forma sutil, a ideia de que apenas os mais jovens, fluentes digitais e imersos em IA são os verdadeiros agentes da transformação. E, com isso, profissionais maduros acabam sendo injustamente vistos como ultrapassados — quando, na verdade, carregam um patrimônio valioso de experiência, visão sistêmica e inteligência relacional.
Em Hackeando sua Carreira, Marcelo Tas lembra que o sucesso não depende da idade, mas da capacidade de unir aprendizado contínuo, criatividade e autoconhecimento. Da mesma forma, Adriana Nicário, em Gigante pela Própria Natureza, destaca que a reputação e a autoridade profissional são construídas ao longo do tempo — com propósito, consistência e entrega — atributos que nenhuma tecnologia substitui.
A tecnologia deve ser uma aliada do humano, e não um filtro que define quem “ainda serve” para o futuro. O verdadeiro profissional extraordinário — mulher ou homem — é aquele que integra inovação e sensibilidade, que aprende novas ferramentas sem abrir mão do que o torna singular: sua trajetória, sua escuta e seu propósito.
O futuro do trabalho precisa valorizar a diversidade — de idades, repertórios e ritmos de aprendizado. Afinal, só com múltiplas perspectivas conseguimos inovar de verdade.
E você, o que pensa sobre o viés etário no mercado atual? Como tem equilibrado o uso da tecnologia com a sabedoria que sua experiência traz? Compartilhe sua visão — seu olhar pode inspirar outras pessoas a reescreverem o que significa ser “extraordinário” aos 45+.