Mulheres, não tenham medo dos cargos de CEO

por:  Lala Evan

Como Reconectar-se com Sua Essência para Liderar com Propósito

Em minhas pesquisas sobre diversidade – abrangendo gênero, cor, raça e faixa etária –, os números mostram algo incontestável: a representatividade feminina em níveis hierárquicos estratégicos não é apenas uma necessidade moral, mas uma força transformadora para o mundo corporativo. Estudos reforçam que a diversidade efetiva, quando incorporada à governança e às estratégias empresariais, não só aumenta a inovação como promove resiliência e resultados financeiros mais consistentes.

Ainda assim, muitas mulheres hesitam em ocupar esses espaços de poder. Por quê? Refletindo sobre comportamentos comuns entre mulheres líderes, um ponto chamou minha atenção: a dificuldade de dizer “não”. Esse traço, frequentemente associado ao desejo de agradar a todos, muitas vezes limita o potencial de liderança feminina, sendo percebido como falta de foco ou até amadorismo. Pior, reforça a síndrome da impostora — aquela sensação persistente de não ser boa o suficiente para ocupar espaços estratégicos.

Mas e se essa narrativa pudesse ser ressignificada?

Pensando nisso, apresento dois pilares fundamentais para entender essa transformação. De um lado, o trabalho interno de autodescoberta proposto por Clarissa Pinkola Estés em Mulheres que Correm com os Lobos. Do outro, a liderança estratégica inspirada no comportamento das orcas, mamíferos que desafiam as regras de um oceano dominado por tubarões. Juntos, esses elementos constroem uma narrativa poderosa sobre como as mulheres podem acessar sua força interna e aplicá-la no mundo corporativo.

Reconectando-se com a mulher selvagem

Clarissa Pinkola Estés, em seu clássico Mulheres que Correm com os Lobos, nos convida a resgatar a essência selvagem que habita cada mulher. Essa essência, muitas vezes reprimida pelas exigências culturais e sociais, é uma força interior que nutre a criatividade, a intuição e a resiliência. Trabalhar essa conexão é o primeiro passo para despertar o potencial pleno de liderança.

Esse trabalho interno envolve, antes de tudo, olhar para dentro: reconhecer nossas próprias feridas, resgatar nossa coragem e romper com os padrões que nos limitam. Trata-se de um processo de redescoberta, onde as mulheres aprendem a confiar na própria voz, a definir limites claros e a agir com autenticidade.

Assim, como Estés sugere, uma mulher conectada à sua essência selvagem não apenas sobrevive, mas floresce. Ela se torna capaz de acessar recursos internos para lidar com desafios externos, liderando com propósito e força.

Das profundezas da alma ao oceano corporativo

Uma vez que o trabalho interno está consolidado, a transformação se manifesta no exterior. Aqui, as orcas entram como uma metáfora poderosa de liderança estratégica, planejamento e colaboração.

Esses animais, que enfrentam tubarões em seu habitat natural, mostram que força bruta não é o único caminho. Como destacou Simon Elwen, especialista em mamíferos marinhos e coautor de um estudo recente, as orcas são animais altamente inteligentes e sociais. Seus métodos de caça em grupo as tornam predadoras incrivelmente eficazes. No oceano corporativo, marcado por desafios complexos e competição acirrada, a abordagem das orcas é uma lição de estratégia e resiliência.

Da mesma forma, mulheres que passaram pelo processo de reconexão com sua essência selvagem tornam-se líderes que atuam com intuição, propósito e estratégia.

Conectando os dois mundos: essência selvagem e liderança estratégica

O que isso nos ensina? Que o verdadeiro poder feminino está na integração entre o interno e o externo. Não basta resgatar a força selvagem; é preciso transformá-la em ação estratégica. Essa jornada completa passa por três passos fundamentais:

  • O resgate da essência selvagem: reconhecer o valor da intuição, da criatividade e da autenticidade como forças transformadoras no âmbito pessoal e profissional.
  • O planejamento estratégico inspirado nas orcas: aplicar a força interna em ações conscientes, liderando com inteligência coletiva e resiliência.
  • A coragem de dizer “não”: tanto na jornada interna quanto na externa, estabelecer limites claros é essencial para proteger seu propósito e potencializar sua liderança.

Criando um novo paradigma

O que estou trazendo aqui é uma reflexão sobre como mulheres podem se preparar para ocupar cargos de liderança com coragem e autenticidade. O resgate da essência selvagem as conecta com seu potencial criativo e intuitivo, enquanto o exemplo das orcas reforça a importância de uma atuação estratégica e colaborativa.

No oceano corporativo, onde tubarões ainda simbolizam força bruta e competição, as mulheres têm a oportunidade de trazer um novo modelo: liderança que combina força interna e inteligência coletiva.

Empresas que reconhecem e promovem essa força feminina não apenas sobrevivem, mas prosperam. E, mais do que isso, ajudam a construir um mundo corporativo mais justo, humano e sustentável.

O futuro do mundo corporativo está em constante evolução. Você está preparada para acompanhar e liderar essa transformação? Reflita sobre isso!

 

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