Caros leitores,
Quero compartilhar uma reflexão que me acompanhou intensamente durante a criação do programa de treinamentos Woman Evolution.
Enquanto estruturava conteúdos técnicos, dinâmicas práticas e abordagens de performance, uma pergunta insistente surgia:
Por que tantas pessoas capacitadas continuam travadas na hora de aplicar aquilo que aprendem?
Foi nesse processo que me reencontrei com os pensamentos de Charlie Munger, cuja visão me levou a uma análise mais profunda sobre a relação entre competência técnica e comportamento humano.
Ele dizia:
“Pegue uma ideia simples. Leve-a muito a sério.”
E a ideia que me capturou foi esta:
O comportamento precede a competência.
O paradoxo nos treinamentos
Pessoas brilhantes, com conhecimento e formação, frequentemente hesitam, procrastinam ou não colocam em prática o que sabem.
Não é falta de capacidade.
É autoengano, medo sutil, crenças antigas, resistência emocional.
O que Munger me ensinou
Na palestra “The Psychology of Human Misjudgment”, Munger explora os vieses cognitivos que distorcem nossa tomada de decisão.
Ao trabalhar com mulheres líderes e empreendedoras, vejo alguns desses vieses atuando com frequência:
Viés Como afeta a performance
Aversão à perda Medo de se expor ou errar na frente dos outros
Viés de confirmação Só aceita o que confirma o que já acredita sobre si mesma
Dissonância cogniti Evita novas ideias porque conflitam com identidades antigas
Consistência forçada Prefere manter uma narrativa do passado mesmo que já não sirva
Esses mecanismos atuam como filtros invisíveis entre o conhecimento e a ação.
Hard Skills travam quando a mente resiste
Por isso, percebi que antes de ensinar uma competência, preciso preparar o terreno mental:
- Desconstruir crenças limitantes
- Criar consciência de padrões emocionais
- Apresentar modelos mentais que orientem a tomada de decisão
- Só então ensinar a ferramenta ou método
Quando a mente coopera, a competência floresce
O Woman Evolution nasceu com esse compromisso: não treinar apenas a habilidade, mas a mentalidade que sustenta a habilidade.
Como disse Munger:
“Evitar ser um idiota é mais fácil do que tentar ser um gênio.”
E eu complemento:
Evitar as armadilhas mentais é o primeiro passo para que a genialidade apareça.
Refletindo …
Será mesmo falta de capacidade que te impede de avançar?
Ou será que sua mente está apenas resistindo a sair do que é familiar?
Nos próximos artigos da newsletter The Concept, vou seguir explorando as fronteiras entre psicologia, neurociência, performance e evolução real.
Obrigada por caminhar comigo nessa jornada.
Com coragem e consciência,
Por: Lala Evan